Fome
Cada vez que vejo você ali passar
E nos olhos do miserável habitar,
Fome! Mas talvez, não só de comida.
Fome de saber, ter, aprender, viver.
Cada vez que ouço o soluçar
No choro da criança inocente,
Que sorri, mas sente.
Fome! Cada vez que matas tua morada
Vejo como és ingrata,
E esta sua alma insensível e cruel.
Sinto em meu ser, o amargo do seu fel!
Cada vez que a vejo passar,
Mostras em tua face.
O pavor, escárnio, rancor, ódio, repúdio e dor!
O que posso fazer, quando revela sua garra, seu poder!
Mas, resta ainda, a esperança.
A luta de viver ou talvez sobreviver!
KARITA CARVALHO é Jornalista e Poeta.
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