quarta-feira, 30 de junho de 2010

Necessidades desiguais

A raiz dos mais graves problemas sociais brasileiros está diretamente ligada às questões política. Não somente no que corresponde às árduas decisões diárias tomadas por nossos dedicados parlamentares. Mas pela falta de sincronismo nas necessidades da população e dos políticos. A partir dessas afirmações surge uma questão: é possível resolver problemas das quais não se sente necessidade?
Necessidades básicas da população, como a saúde, são oferecidas de forma precária, pra ser bonzinho e não dizer horríveis ou desumanas. Um brasileiro que precisa da saúde pública tem que acordar às quatro horas da madrugada (isso quando não dorme na porta do hospital ou posto de saúde), esperar horas em pé na fila, dar sorte para não acabar a vaga na sua vez, ser atendido por funcionários que muita das vezes são mal educados, para, enfim, ter sua consulta marcada. Já no outro extremo, aquele cidadão que pode pagar e usufruir um bom plano de saúde para ele e toda família, certamente não se preocupará com o sofrimento dos outros. Fico me perguntando: Existe alguma justiça social aí?
Uma pessoa que tem condições suficientes de matricular seus filhos numa boa escola particular, que conta com ótimas estruturas (sala de informática, biblioteca, segurança, professores devidamente qualificados e remunerados, quadra poli esportiva e etc.) evidentemente não dará a mínima para a situação da educação publica que enfrentamos. Não querem nem saber dos problemas enfrentados pelos empregados e seus filhos, que recebem um ensino de baixa qualidade na escola pública ou se os ordenados dos professores estão em dias. Mas: Será possível, algum dia, uma educação igual a todos?
O salário mínimo, que é mínimo só no nome, pois na verdade não dá nem pro mínimo, é insuficiente. Supomos o padrão de uma família brasileira (pai, mãe e dois filhos) vivendo com 510 reais mensais, tendo a despesa de água, energia, aluguel, alimentação, transporte e etc. com certeza não terá as suas necessidades mensais supridas. Na outra ponta, uma família, no mesmo padrão institucional, que tenha uma renda mensal variando em torno dos R$ 7.000,00 e possui todo tipo de benefício ao seu dispor, consegue levar uma vida tranqüila e ainda sobram umas moedinhas para guardar no porquinho. Visto que seu alto salário é suficiente, ou até mais que suficiente, para suprir suas necessidades. É justo poucos na boa com muito e muitos se fodendo com quase nada?
A resposta para a maioria das questões vem de uma negativa monossilábica simples: “NÃO”. A verdade é essa! Quem não sente as necessidades alheias não consegue tomar decisões corretas capaz de suprir-las. Uma vez que a real preocupação é outra extremamente diferente. Enquanto os representantes do “interesse popular” estiverem ganhando salários astronômicos, com um excelente plano de saúde, mais os benefícios que permitam a eles todo o conforto do mundo as condições dos serviços públicos continuaram deploráveis. Esse é o fato. Agora, uma real possibilidade, embora impossível, seria forçar-los a sentirem as mesmas necessidades que as nossas. Começaria na redução salarial e cortes de benefícios, as quais são mantidas com o suado dinheiro do povo. E seria seguido da obrigação na utilização dos serviços públicos (saúde, educação, transporte, segurança e etc.), dos quais são gerenciados por eles. Essas ações talvez não resolveriam todos os problemas sociais que existe no pais, mas pelo menos ajudaria a deixaria as coisas mais justas. Me surgiu uma duvida: Eles são melhores do que os que colocam eles no poder?

Jornalistas: Fábio Silva, Nahida Ghattas.

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