Que jornalismo é esse?
Tenho observado o jornalismo no Brasil e tenho feito alguns questionamentos. Se o jornalismo é a voz da sociedade, ou a voz dos “cadáveres”? É importante observarmos o que vem acontecendo tanto no jornalismo nacional e regional,onde a pauta com maior tempo de destaque é a catástrofe,a desgraça.Queria
entender os benefícios de um jornalismo que tem o seu foco em cadáveres sendo mostrados sem nenhum respeito a família das vitimas, muitas vezes entre as ferragens de um grave acidente de carro, onde famílias inteiras sofrem a perca dos seus entes queridos.
Para alguns jornais só a notícia não basta, as fortes imagens da destruição não é suficiente, os corpos são “mais interessantes” e a audiência é maior, e ai eu pergunto que jornalismo é esse? O que será que passa pela cabeça dos senhores donos de TV, produtores, diretores e apresentadores? Acredito que só fazem esse tipo de jornalismo por se tratar de famílias alheias, será que se fossem seus filhos, mães, pais fariam tanto sensacionalismo, mostrariam esse tipo de imagem absurda no afã de obter o lucro a qualquer custo?Claro
que não, desgraça boa é a desgraça dos outros, e depois na tentativa de amenizar o absurdo ainda tenta dizer palavras de conforto como essa “só pode ser falta de Deus no coração”, mas de quem é a falta afinal, daquele que cometeu o crime ou daquele que fez questão de mostrar imagens absurdas no intuito de chocar a todos.
Que nome teria esse jornal, Brasil Urgente ou Brasil desgraça da gente, por que não é possível que não se dêem conta que esse tipo de jornalismo onde o cadáver é a “celebridade”da notícia, não contribui em nada para a cultura e desenvolvimento do pensamento do brasileiro, ah sim talvez contribua para o brasileiro dizer o Brasil não tem mais jeito. Não se trata de esconder os fatos, é verdade que temos muitos problemas e não pode ser ignorado pela imprensa, trata-se de respeito e bom senso com a sociedade, ai fica aqui um
questionamento “Brasil Urgente ou Brasil desgraça da gente”?
Que jornalismo é esse?
Jornalista: Aparecido Silva
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